sexta-feira, 6 de novembro de 2020

TRABALHO E A ÉTICA CRISTÃ!


"Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradar os homens quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem ao Senhor.
Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens,
sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo. Quem cometer injustiça receberá de volta injustiça, e não haverá exceção para ninguém".

COLOSSENSES 3:22-25


Temos que contextualizar a palavra "escravos", onde e quando ela foi dita. Paulo está escrevendo no século I da nossa era, dentro dos domínios do Império Romano. Apesar de ser uma porção relativamente pequena, quantitativamente falando, nas divisões sociais do período, os escravos formavam a base daquela sociedade. E, consequentemente, escravos e seus senhores se converteram ao cristianismo ao ouvirem a mensagem evangelística que se espalhava rapidamente pelos domínios romanos, pregada pelos apóstolos e seus discípulos.

Entretanto, tão logo se convertiam, começavam a indagar-se sobre a situação de servidão que se encontravam, gerando certa confusão ao ouvirem que, pela salvação que Cristo lhes proporcionou, estavam livres completamente. Qual era o limite dessa liberdade? Deveriam também se livrarem de seus senhores terrenos?


Nesse ínterim que Paulo tem que esclarecer alguns pontos relacionados à liberdade, trabalho, servidão, etc. O apóstolo escreve aos colossenses, que os que são escravos não precisam mudar a sua condição terrena, mas pelo contrário, servir ainda melhor o seu senhor terreno, como se estivesse servindo ao próprio Senhor Deus, afinal, a liberdade deles era espiritual e eterna! Não quer dizer que Paulo era a favor da escravidão, tanto é que ele escreve uma carta à Filemom, senhor de Onésimo, um escravo que havia se convertido sob o ministério de Paulo, a fim de que Filemom recebesse esse escravo fugido, não mais na condição de servo, mas de irmão, já que ambos fazem parte do mesmo Reino de Cristo agora.

Ou seja, vemos nos escritos Paulinos recomendações aos escravos, que se preocupem com suas liberdades em Cristo, espirituais, e que na condição que estejam, livres ou servos, trabalhem de modo exemplar. Também recomenda aos senhores que possuem escravos, que os tratem da melhor maneira possível, no caso de Filemom, que trate Onésimo (seu escravo) como um irmão!

Claro que o princípio bíblico se aplica para nós hoje, no século XXI, dentro de um sistema totalmente diferente dos tempos no Novo Testamento. Trabalhamos livremente em troca de salários, não somos escravos, mas empregados e o princípio de obediência, exemplo e gratidão é o mesmo. O cristão, segundo a ética bíblica, é impulsionado à trabalhar como um empregado exemplar, com alegria e dedicação, pois este deve trabalhar como se estivesse trabalhando para Deus. Imagine você chegar no seu trabalho na segunda-feira e pensar assim: "Deus é o meu patrão". Como seria seu dia de trabalho?

Óbvio que essa ética se aplica aos "patrões" também. Paulo fala para um senhor de escravo tratá-lo como irmão (Filemom 1.10-16). Imagina o que Paulo falaria para um homem que tem uma relação muito mais maleável com um subordinado, como são as relações patrão/empregado hoje. Patrões, trate seus empregados da melhor maneira possível. Você não é cristão somente em casa e na igreja, mas também na sua empresa!

João Torelli

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